Para se medir o sucesso de uma jornada é sempre bom relembrar quais eram nossas expectativas quando demos os primeiros passos. Quando surgiu a ideia de emigrar para o Canadá – mais especificamente para o Quebec – nós tínhamos em vista alguns objetivos e recapitular nossas expectativas nos ajuda a avaliar tudo o que alcançamos até agora.
Nós não embarcamos sozinhos no processo de imigração, no total eram seis famílias que estavam alimentando esse sonho maluco. Vale lembrar que nenhum de nós estava motivado a “sair do Brasil”, não estamos fugindo de um país mas embarcando para uma aventura. Cada família tinha motivações diferentes, mas a nossa tinha alguns alvos em mente: carreira, estudos universitários e segurança e educação de qualidade para as crianças.
A aventura também veio acompanhada de desafios: desenvolver o francês e o inglês, entender e se integrar à cultura local, se acostumar ao clima gelado e se sustentar durante todo o processo de adaptação.
Nossas expectativa inicial
Carreira: o meu principal objetivo era continuar desenvolvendo minha carreira, com maiores perspectivas de crescimento sem precisar abrir mão de qualidade de vida. Isso foi principalmente motivado pelo fato de morarmos em Curitiba, gostarmos muito de lá, mas ver que as principais oportunidades de trabalho para mim estavam nos grandes centros.
Estudo universitário: o objetivo principal da Adriana era poder completar o bacharelado e investir na carreira dela, nós partimos do pressuposto de que seria possível viver os primeiros anos no Canadá apenas com o meu salário enquanto ela estudava.
Escola das crianças: nossa expectativa quanto às crianças era educação de qualidade que pudesse prepará-los para o futuro, sem precisar investir uma fortuna na formação deles. Estávamos buscando não apenas a qualidade da escola primária pública mas também acesso economicamente viável a futura educação superior dos filhos.
Qualidade de vida: com já disse, nós vivíamos em Curitiba antes de nos mudarmos para Montreal. A capital do Paraná é uma cidade que oferece boa qualidade de vida e detalhes importantes como facilidade de transporte público, uma grande quantidade de parques e áreas verdes e acesso a atividades culturais. Para nós era muito importante manter essa qualidade de vida aliada a uma melhora na segurança pública.
Línguas e integração cultural: eu já comentei aqui no blog que eu achava que em um ou dois anos eu poderia me considerar fluente no francês e talvez no inglês também. Olhando para trás eu chego a dar risadas do meu eu passado. Demorou muito mais para desenvolver as línguas e só hoje, dez anos depois, eu me considero avançado no francês e talvez fluente no inglês. Farei um post contando como foi a evolução da língua, a integração cultural e dicas para chegar lá.
De todas as nossas expectativas iniciais, algumas se cumpriram enquanto outras não foram tão mágicas quanto nós sonhamos. Você deve estar curioso para saber dos detalhes, então fique de olho nos próximos posts.
Sandro, durante anos eu me perguntei se deveria imigrar ou não. A resposta veio no auge da crise econômica e após a eleição presidencial de 2014. De lá para cá vim desconstruindo mitos sobre o Canadá e o Quebec. Eu não sei se tenho uma definição para qualidade de vida, mas sempre vi a segurança e a estabilidade Econômica com bons olhos. Após 2 meses no Quebec percebo que a questão de segurança era ainda mais importante do que eu imaginava. Bom saber sua experiência com a questão das línguas assim não fico tão frustrado :p