Na semana passada nós completamos sete anos vivendo no Canadá e por uma grande coincidência, passamos essa data lá no Brasil. Foi a terceira visita ao país tropical desde que nos mudamos e a impressão não foi muito diferente das visitas anteriores.
Mas duas coisas foram diferentes dessa vez: após sete anos, estarmos mais acostumados e assimilados na cultura do Canadá e nós viajamos na companhia de uma família canadense. Esse fatores acabaram amplificando as diferenças entre o país vermelho e branco e a terrinha verde e amarela.
O Brasil é um país de contrastes, por isso separei as minhas impressões em duas partes, uma lamentando o que chamo de diminuição do Brasil. E a outra exaltando a grandiosidade da nação embora uma boa parte ainda seja apenas potencial.
O país que diminuiu
Entre as várias impressões que tivemos foi a de que o Brasil diminuiu. Mas espera, o Brasil ainda é gigante pela própria natureza, mas a recente crise econômica causou o fenômeno do encolhimento das coisas.
Em São Paulo, as faixas de trânsito ficaram ainda mais apertadas – ou foi meu conceito que mudou? – o mesmo senti em relação as vagas em shoppings e mercados, tudo isso combinando com a diminuição do tamanhos dos carros. Quando deixamos o Brasil, os carros mais vendidos eram o Palio e o Gol, carros compactos mas com bom espaço interno, mas sedans médios e peruas eram também populares. Agora as ruas estão lotadas de carros ainda menores que Gol e Palio e quase não se veem mais peruas e caminhonetes – exceto pelas versões caríssimas que só o 1% pode comprar. E pensar que o Monza foi o carro mais vendido em 1986 e meu tempo de criança foi dominado por Belinas e Caravans.
Mas tenho que admitir que o encolhimento dos carros é uma tendência que se vê na Europa há muito tempo. Portanto podemos dizer que isso é uma coisa normal, mas um outro fenômeno é triste de se ver: o encolhimento das embalagens.
Vivendo uma estranha combinação de recessão com inflação, os fabricantes brasileiros adotaram o estranho hábito de diminuir a quantidade para manter o preço. Chocolates, biscoitos e até produtos enlatados encolheram de maneira incrível e as vezes até risível. Ao procurar milho em lata encontrei mini-latinhas de 160g que se pareciam com aquelas que vem com a cozinha da Barbie.
Outro exemplo foi a caixa de chocolates Garoto – foto no início do post. Quando abri tomei um susto, a caixa estava quase vazia. Só mais tarde notei que houve uma redução no peso de 355g para 300g. Mas pera aí! É impressão minha ou essa caixa vinha com 400g nos bons tempos? Ou seria 500g? Comente aí.
Extremamente pequenas essa mini-embalagens encarecem o produto final ao aumentar custos com transporte e empacotamento. No final o consumidor é quem perde.
Outra coisa que diminuiu, e muito, foi o pobre do real. Não estou falando das notas de realmente estão menores, mas do poder de compra. Muitas vezes via o preços das coisas e me espantava – tá muito caro – aí eu fazia uma conversão rápida para dólar canadense e via que muitas vezes o preço estava próximo ao praticado no Canadá.
O grande problema é o salário do brasileiro não acompanha a desvalorização do câmbio e como diria o Professor Raimundo: “E o salário, ó!”.
O país que aumentou
Pra não dizer que não falei das flores, o Brasil aumentou. O aeroporto de Guarulhos agora conta com o terminal 3 para voos internacionais. O Afonso Pena, em Curitiba, também foi ampliado. Apesar de ainda haver alguns tapumes e Curitiba, tudo estava novinho e funcionando bem – ou fui eu que dei sorte. A expansão do metrô em São Paulo continua e vi os pilares das linhas que darão acesso aos aeroportos. Devem ficar prontos para a Copa do Mundo de 2050!
Brincadeiras à parte, algumas obras do Brasil são novas e bonitas. Os shoppings são muito bem decorados e atrativos, com mais opções de lazer para famílias e crianças do que os shoppings de Montreal. Os grandes edifícios espelhados ao longa da Marginal Pinheiros também são sinais de que o Brasil tem seu lado grandioso.
Algumas estradas, como a rodovia dos Imigrantes, com seus túneis e pontes são um exemplo de capacidade de desenvolvimento. Um contraste com a BR 101 – a famosa Rio-Santos – que não tem a mesma qualidade nem a mesma segurança.
Mas muitas dessas obras, principalmente as públicas, chegam muito tarde, não atendem à demanda ou são acessíveis apenas àquela camada mais rica da população. Afinal, as boas estadas são sempre pedagiadas, quem pode pagar os exorbitantes pedágios brasileiros?
Não é a toa que a infraestrutura privada é a mais bonita, como os prédios e shoppings citados acima. Fomos, por exemplo, assistir a um jogo no novo estádio do Palmeiras e achamos a estrutura muita boa e tudo bem organizado e olha que eu nem sou palmeirense. Difícil foi explicar aos amigos canadenses porque esse estádio não foi usado na Copa. Talvez em 2050…
tinha 500gramas e estou fazendo um vídeo sobre isso neste momento e até usarei a sua foto para tal por que neste momento a caixa de bombons nestlé foi diminuída para 289 gramas a alguns anos eu venho falando pro meu filho que no andar da carruagem vai chegar um tempo que eles vão vender só a caixa pelo mesmo preço.
usarei a foto lógico desde de que você não se oponha