8 coisas bizarras que encontrei no Canadá

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Trens do Metrô com pneus

Quem decide morar em um outro país deve estar aberto a novidades, pronto a adquirir novos hábitos e pronto a considerar normal o que antes era estanho. Mas algumas coisas são estranhas demais – bizarras mesmo – e leva um tempo para se acostumar. Interessante que quem nasceu aqui acha tudo normal.

Fiz uma listinha de coisas bizarras que encontrei ao me mudar para Montreal. Que vão desde soluções estranhas de engenharia a cultura e hábitos locais. Vamos à lista.

1. Metrô com pneu

Quando eu morei em São Paulo costumava ouvir a expressão “furou o pneu do metrô” para satirizar as desculpas esfarrapadas de quem chega atrasado.

Tecnicamente, isso pode acontecer aqui pois o trem do metrô da cidade de Montreal funciona com pneus – veja foto acima. Você também encontra essa tecnologia na França no Japão e em algumas outras partes do mundo.

2. Pagar para receber chamadas no celular

Ligar de um telefone fixo para um celular no Brasil exige todo um planejamento financeiro, afinal a ligação é bem mais cara quando o destinatário está num telefone móvel.

No Canadá isso não existe. Quem paga o custo extra da ligação sem fio é a pessoa que recebe a chamada no celular. O bom é que o telefone fixo fica barato, há planos de menos de 15$ por mês com ligações ilimitadas. Mas o efeito colateral é bizarro: você paga para receber chamadas no seu celular!

Isso pode ser um problema nos planos mais limitados ou no pré-pago, mas você pode ficar tranquilo se optar por um plano mais completo – ou seja, mais caro – onde as chamadas recebidas estão incluídas na mensalidade.

3. Parafusos de fenda quadrada

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Parafusos de fenda quadrada

Parafuso era para ser uma questão simples. Mas aí vieram os parafusos Phillips e depois os Allen, com fenda hexagonal, aí você chega no Canadá e descobre que aqui é comum um parafuso de fenda quadrada, que segundo a Wikipedia se chama Robertson.

E eu pergunto: pra quê complicar?

4. Minha cara ao ouvir o “bonjour-hi”

Isso me trava o cérebro até hoje, mas começo a superar. Quando cheguei em Montreal tinha inglês e francês intermediários e embora fosse o suficiente para me comunicar eu precisava me esforçar bastante em ambas as línguas sem nenhuma preferência clara entre uma e outra.

Aí você entra numa loja e um atendente sorridente diz o famoso “bonjour-hi” de Montreal, que basicamente significa: “olá, eu falo as duas línguas, em que língua você quer ser atendido?”.

E aí você fica com aquela cara de, não sei, minha capacidade de comunicação é limitada nas duas línguas, o que faço agora? Esses segundo de hesitação são constrangedores.

Hoje, se eu fico na dúvida, eu respondo logo “bonjour-hi” e olho nos olhos da pessoa como quem diz: escolhe você!

5. Lojas e shoppings que fecham (muito) cedo

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Horário da loja da Nike em Montreal

São 6 horas da tarde de domingo e você resolve dar uma passadinha no WalMart ou no Costco, esqueça! Aqui em Montreal as lojas fecham as cinco da tarde nos fins de semana.

Mesmo durante a semana algumas lojas fecham por volta de 6 ou 7 da noite na segunda e na terça. A saída são os poucos mercados e farmácias ficam abertos até um pouco mais tarde. E pensar que eu já fiz compras as 3 da manhã no Extra 24h de Curitiba.

6. Fechaduras ao contrário

As construções de Montreal são algo um pouco bizarro aos olhos dos brasileiros. Primeiro porque se usa muita madeira aqui, nas paredes, nos pisos e até na estrutura de casas e prédios. Daí vêm os famosos relatos de imigrantes tendo problemas com vizinhos em relação ao ruído.

Além do uso da madeira, o acabamento dos imóveis antigos não é lá um primor. Olhando as plantas dos apartamentos e algumas soluções pouco ortodoxas, tenho a impressão que o arquiteto da maior parte dos prédios daqui se chama Monsieur Gambiarra.

Os proprietários nunca se perguntam se as portas abrem para esquerda ou para direita, “dane-se” diz o M. Gambiarra. Isso culmina com as fechaduras ao contrário, que não só exigem que você use a chave com as ranhuras para cima, mas também é preciso que você tranque a porta girando para o lado que deveria destrancar.

7. Dias muito curtos no inverno, dias muito longos no verão

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Nascer e pôr do Sol em dezembro

É no final de junho que temos o dia mais longo do ano, quase 16 horas entre o nascer do Sol, às 5 em ponto, até o pôr do Sol, por volta de 9 horas da noite. Se você tem uma boa cortina ou blackout não tem do que reclamar.

Mas no fim de dezembro, o dia fica curtíssimo, com apenas 9 horas de luz solar. Com o Sol se pondo as quatro horas da tarde. O mais bizarro é sair de casa antes do sol nascer e, por mais cedo que você saia do trabalho, voltar à noite. Isso faz 8 horas de trabalho parecerem uma eternidade.

8. Comprar roupas de verão no inverno e vice-versa

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Loja de roupas em fevereiro

Estamos em fevereiro, a temperatura é de seis graus negativos, o que você encontra nas lojas? Roupas de verão é claro.

Eu estava procurando uma luva de inverno, pois meu filho perdeu a dele na escola. Fui numa loja onde eu havia visto luvas há algumas semanas mas agora não tinha mais. No lugar tinha isso que mostro na foto ao lado: chinelos e calção de banho. Só que o frio ainda vai durar alguns meses, por enquanto meu filho vai pra escola com uma luva diferente em cada mão.

Por outro lado, algumas lojas – Costco por exemplo – começam a vender artigos de inverno em agosto, sim, quando está fazendo 30 graus na sombra você tem que ir comprar casaco de neve. Quem entende?

E você mora no Canadá ou já morou no exterior? Que bizarrices você já encontrou?

Veja também: 7 habitos que adquiri no Canadá

 

5 opiniões sobre “8 coisas bizarras que encontrei no Canadá

  1. Os últimos dois itens já vivo aqui no Brasil, no oeste de SC pelo menos é assim. Nos dias mais longos do verão, o sol nasce por volta das 6 ou antes e se põe as 9 horas da noite. No inverno o por do sol é as 3 horas da tarde aqui onde moro.

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