Eu acho que o emigrante brasileiro deve sempre evitar a todo custo criticar o Brasil, ou pior, torcer para que tudo dê errado. Eu via a copa do mundo de 2014 como uma oportunidade de ver evoluções no país, principalmente na questão de transporte e segurança. Mas parece que a oportunidade foi perdida e isso está ficando claro para todo mundo. O jornal 24h de Montreal de ontem colocou o dedo na ferida. O título do artigo nem tenta contemporizar: “Viajar para o Brasil durante o Mundial? Boa sorte!”.
Verdade ou sensacionalismo?
O artigo não fala de falta de segurança, nem critica a sociedade brasileira ou a capacidade do Brasil de promover a copa e acolher os 600 mil torcedores estrangeiros que devem chegar para o mundial. A reportagem, publicada no caderno de turismo, apontou o problema da infraestrutura de transporte aéreo, algo identificado à muito tempo e que poderia ter sido sanado ou remediado, mas não foi.
A culpa não é só do governo mas também da organização da copa que espalhou as sedes pelo imenso território brasileiro. O artigo é um alerta para o gringo desavisado que o Brasil não é uma ilha no Caribe, mas um país de dimensões continentais como o Canadá ou os Estados Unidos, mas com linhas aéreas e aeroportos operando no limite.
Os principais pontos do artigo:
- O avião se torna a única opção viável para viajar entres a sedes, pois as distâncias são enormes, estradas ruins e trens inexistentes;
- Seguir uma seleção pode ser complicado, a seleção brasileira na fase de grupos, por exemplo, jogará em São Paulo,, depois Fortaleza e depois Brasília, percorrendo 2370 km entre o primeira e o segundo jogo e mais 1700 km para o terceiro;
- Se um torcedor estrangeiro quiser comprar uma passagem de última hora para acompanhar a sua seleção que passou de fase, não poderá comprar pela Internet, por que no site das companhias aéreas é pedido o CPF. Um caso de miopia global.
- Cinco aeroportos foram privatizados, mas alguns apenas agora no fim de 2013 e, portanto, as obras ficarão prontas depois da copa.
- Por fim o autor usa como exemplo a rodovia de acesso ao estádio de Recife que, como visto na Copas da Confederações, era uma coleção de buracos onde levou-se mais de 2 horas para percorrer 30 km.
Para ler a reportagem completa, em francês, clique na image que ilustra esse post, lá em cima.
E você vai assistir a copa no Brasil?
Se para quem e Brasileiro, já e complicado fazer esse tipo de viagem, imagina para um estrangeiro BEM NO MEIO do furacão, chamado Copa do Mundo.