Quase todo imigrante, ou candidato à imigrante, já falou a frase “estou em busca de qualidade de vida”. Eu não só ouvi isso mil vezes como também disse isso muito. Mas o que seria então qualidade de vida? Como podemos medir a qualidade da nossa vida atualmente para compará-la com o passado ou com o futuro?
Para justificar a nossa certeza de que a vida vai ser muito melhor ao mudar de país, geralmente usamos o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano – adotado pela ONU para medir o desenvolvimento de um país ou uma região. Esse índice mede critérios como: expectativa de vida, educação e renda. Segundo esse índice, o Canadá dá uma goleada no Brasil sendo o 8º do ranking, enquanto o Brasil vem em 73º lugar – dados de 2010.
Acontece que o IDH mede o desenvolvimento de um país e não a qualidade de vida do seu povo. A violência, a exclusão social e má distribuição de renda são diluídas em médias. De nada adianta um país ter um PIB per capita alto se 10% da população fica com 90% da renda. Da mesma forma as diferenças entre regiões do mesmo país somem nas média. O município brasileiro campeão no IDH – São Caetano do Sul, SP – tem índice superior a média do Canadá, mas outros municípios puxam a média brasileira lá para baixo.
Existe uma metodologia mais pessoal para avaliar a qualidade de vida? Como avaliar se eu vivo com mais qualidade hoje – em Montral, Quebec, Canadá – do que a 2 anos atrás – em Curitiba, Paraná, Brasil? A reposta pode estar no WHOQOL da Organização Mundial de Saúde
World Health Organization Quality of Life
O nome é estranho e a sigla – WHOQOL – é terrível. Mas a OMS criou um método de avaliação de qualidade de vida mais subjetivo e pessoal. E segundo ele é possível comparar a qualidade da minha vida e não do país em que eu vivo. Esse índice é dividido em 6 domínios e vou comentar cada um deles na num próximo post.
O interessante é que essa metodologia da OMS inclui outros aspectos que vão além de segurança e educação. A imigração pode trazer na verdade a perda de qualidade de vida em alguns aspectos e o ganho em outros. O balanço final, é muito pessoal. Segue, por enquanto, a lista de aspectos medidos pelo WHOQOL:
Domínio I – Domínio físico
1. Dor e desconforto
2. Energia e fadiga
3. Sono e repouso
Domínio II – Domínio psicológico
4. Sentimentos positivos
5. Pensar, aprender, memória e concentração
6. Auto-estima
7. Imagem corporal e aparência
8. Sentimentos negativos
Domínio III – Nível de Independência
9. Mobilidade
10. Atividades da vida cotidiana
11. Dependência de medicação ou de tratamentos
12. Capcacidade de trabalho
Domínio IV – Relações sociais
13. Relações pessoais
14.Suporte (Apoio) social
15. Atividade sexual
Domínio V- Ambiente
16. Segurança física e proteção
17. Ambiente no lar
18. Recursos financeiros
19. Cuidados de saúde e sociais: disponibilidade e qualidade
20. Oportunidades de adquirir novas informações e habilidades
21. Participação em, e oportunidades de recreação/lazer
22. Ambiente físico: (poluição/ruído/trânsito/clima)
23. Transporte
Domínio VI- Aspectos espirituais/Religião/Crenças pessoais
24. Espiritualidade/religião/crenças pessoais
Continua…
Medir!! Até agora meu indice no Brasil está sendo zero.Nada do que vc descreveu está ao meu alcance?Então minha qualidade de vida é zero. chi danou-se!!! Au revoir Brésil http://oultimoquesairfecheaporta.blogspot.com/
Boas Sandro, interessante essa abordagem. Nesse sentido, seria interessante ter um formulário com pontuações específicas dentro de um determinado período para que pudéssemos guiar nossa própria avaliação.
Fabricio,
Coloquei no fim da parte 2 um link com o formulário em português.
Sandro