Quem vive num país de clima muito variável como o Brasil ou muito radical como o Canadá, logo aprende a olhar a meteorologia diariamente. Isso logo vira um hábito, ou melhor, uma questão de sobrevivência. É preciso saber que roupa vestir, se é preciso levar guarda-chuva e se é preciso acordar mais cedo para “cavar” o seu caminho.
A météo , como chamam carinhosamente os québecoises, quase sempre acerta a previsão do dia. Normalmente acerta a do dia seguinte. Costuma acertar os próximos três dias. O resto é chute. De vez em quando eles erram feio, foi o que aconteceu essa semana.
Chute pra fora
Até o presente momento a pouca neve que caiu nesse inverno era em pouca quantidade ou mesmo neve fondante, que quer dizer que cai e imediatamente derrete – mais informações sobre a neve nesse post sobre o inverno. Essa semana estavam previstas as primeira acumulações de neve. Felicidade para as crianças e para os amantes de ski e snowboard. Desespero para que tem que andar de carro pela cidade.
As empresas especializadas em previsão do tempo e os órgãos governamentais que prevêem esses eventos climáticos calcularam que a quantidade de neve para os últimos dois dias seria de 2 a 6cm. Caíram 25cm! Nada de mais para uma cidade que está acostumada a lidar com tempestades de neves que acumulam 30, 40 ou até 50cm de neve, exceto pelo fato de que ninguém estava preparado.
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Entre as mancadas da falta de preparo tenho que citar que a prefeitura não havia jogado sal nas ruas, as escolas funcionaram normalmente e as empresas que prestam serviço de limpeza da neve nas entradas da prédio não trabalharam durante a noite.
Uma dessas mancadas me pegou de jeito. No prédio onde moro, há portões de garagem nos fundos e nas laterais. Pois acontece que o encarregado da limpeza de neve limpou o fundo, deu meia volta e foi embora, deixando a lateral – onde fica o meu carro – com neve acumulada. Quando abri o portão, 30cm de neve com alguns pequenos montes de 50 cm formados pela força do vento.
Ao lado, uma foto da minha filha testando se era possível atravessar com o carro na neve. Não deu. Escola adiada, subi coloquei uma calça de neve e tomei coragem de cavar uns 20 metros da saída da garagem. A neve recém caída é fofa e leve o que facilita o trabalho. Cavar a neve é um bom exercício, o ruim é ficar 45 minutos suando dentro da roupa e não poder tirar o casaco com o risco pegar uma gripe ou algo pior. No final percebi que não é necessário cavar tudo, pois o carro é grande e forte o suficiente para vencer uns 15 a 20cm de neve fofa.
De tarde o concierge notou a mancada – na verdade os moradores reclamaram um monte – e ele mesmo limpou a entrada dos carro. Mas o estrago estava feito. As crianças não foram para a escola, a Adriana não conseguiu estudar para as provas da universidade e eu cheguei atrasado no trabalho. Mas quanto a isso tudo bem, porque o meu chefe nem saiu de casa.
P.S. As fotos foram tiradas com o celular e parece que o frio afetou o aparelho.
E fiquei de olho no noticiário esses dias e acompanhei um pouco a situação. Que lástima! Mas pelo visto vcs até q já estão bem acostumados com esses imprevistos. Que bom! Na hora até falei pra Lizie… “acho q acabou sendo uma boa a gente não ir pra Montréal esse fim de ano, hein? Acho q a gente ia correr o risco de ficar ilhado no hotel”.
Bom, mas pelo visto td já voltou ao normal. Pelo menos até a próxima “chute de neige”…
Abração
Thiago,
Não estamos totalmente acostumados não! Minha esposa falou para eu acordar mais cedo para ver se estava tranquilo pra tirar o carro e não dei ouvidos. Foi um estress de manhã, pq a gente queria levar as crianças na escola, depois desistimos e relaxamos.
Vcs poderiam vir tranquilamente sem nenhuma possibilidade de ficarem ilhados no hotel. O transporte público funciona o tempo todo, embora os ônibus e trens sofram algum atraso. O metro não é afetado. Tem todo o subterrâneo do centro para explorar e os parques para aproveitar a neve.
Minha filha tb não foi pra escola pq o ônibus passou completamente lotado. Andamos até o parque pratt e desistimos. Tinha neve até o quadril quase e o tratorzinho de limpar a calçada ainda não tinha passado. Tentávamos andar por onde já tinham pisado antes, mas quando chegava na esquina pra atravessar a rua, era horrível! Os tratores começaram a passar lá pelas 10 da manhã, depois que já tínhamos desistido e resolvemos voltar pra casa.
Durante a volta foi ainda pior, pois estava nevando bastante e do outro lado da rua a neve estava mais alta, parece que andaram menos por lá e nem tinham muitos carros estacionados, a gente teve que subir a rua no meio de muita neve.
Resultado: um suor danado e uma canseira…
Mas hoje tava bom. Hoje tava tudo limpinho e foi tranquilo andar.
Olá Sandro e Adriana! Desde antes de nos casarmos, meu marido e eu temos o plano de morar em Quebec. Já fomos para a palestra e estamos terminando de traduzir os currículos para o francês. Gostamos muito do blog de vcs, tem assuntos bastantes esclarecedores. Meu marido é engenheiro de sistemas e eu sou fisioterapeuta. Gostaria de saber se a cidade que vcs moram é Laval, e se sim, ela tem boas oportunidades de emprego tanto para a minha área quanto a dele?
Tbm me chamou atenção um comentário aqui que mencionava que na universidade de Laval existe um curso para fisioterapia, vcs conhecem alguem que faça? Desde já agradeço. Abraço!
Valeska,
Bem vindo ao nosso blog. Não moramos em Laval não. Mas Laval e Montreal são coladas, tanto que o metro de Montreal vai até Laval. Mas é possível morar e trabalhar em Laval.
Agora um detalhe: a universidade de Laval não fica em Laval, mas em Ville de Quebec! E infelizmente não conhecemos ninguém que faça fisioterapia lá.
Abraços.
Obrigada Sandro! Vamos pesquisar no site da universidade.